A imprensa e o coronavirus

Durante estes dois meses de isolamento social devido à pandemia do novo coronavirus, tenho notado comportamentos distintos da imprensa.


No início os veículos de comunicação estavam dando bastante ênfase à pandemia. Horas a fio de cobertura sobre o tema. Algumas pessoas começaram a ter e sentir os sintomas, de tão preocupadas e ligadas naquele tema. Era muito conteúdo, chegávamos a ficar desinformados com tanta informação, precisávamos de uma desintoxicação. Muita informação e medo, daí surgiram sentimentos ruins, depressão, síndrome do pânico, entre outros. Porque uma das características de boa parte da imprensa é dar muita ênfase às notícias ruins.


Alguns jornalistas aprendem na faculdade que, notícia ruim vende mais. Eu, por exemplo, aprendi isso na faculdade. É esse tipo de notícia que vende jornal, aumenta as curtidas e likes, a audiência... Enfim, gera lucro. Mas não se pode levar isso tão ao pé da letra e nem focar só no lado ruim das notícias, como tem ocorrido. Ainda mais neste momento tão difícil.


 Agora tem se falado mais sobre a divulgação da gravação do vídeo da reunião ministerial e da suposta interferência do Presidente da República nas investigações da Polícia Federal e menos do que realmente interessa, que é o combate à pandemia.


 O papel do jornalista é informar, de forma isenta. Cobrar das autoridades públicas mais investimentos na área de saúde, tão precária, fato que ficou muito evidente durante esta pandemia. O profissional de imprensa pode ter sim um papel importante, divulgando informações de utilidade publica.


 Além da pandemia do covid-19, estamos enfrentando outro surto: o das fake news. O jornalista precisa verificar a veracidade das informações e checar e rechecar cada informação antes de publicá-la. Quando uma informação falsa é veiculada, o mal está feito, não tem como despublicar ou destransmitir. Só tem como atualizar, corrigir, mas a divulgação dessas informações falsas precisa ser evitada ao máximo.


Para ter um país melhor, um sistema democrático mais justo e com indivíduos melhores, é preciso uma imprensa séria, isenta, imparcial, que não faça julgamentos precipitados e que ouça todos os lados interessados naquela notícia.     

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Fakenews

Por que eu criei um blog?

Protestos contra o racismo