Freio na boiada

A Justiça Federal do Rio de Janeiro, suspendeu na noite de hoje a 135 reunião do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente), realizada ontem e que tinha revogado diversas normas de proteção ambiental às restingas, manguezais e mananciais urbanos.

Enquanto o desmatamento na Amazônia atinge níveis absurdos, o Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, tentou derrubar ontem duas resoluções que protegiam áreas ambientais.

Esse Ministro, que também preside o CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente), foi o mesmo que, na reunião ministerial de 22/04/2020, sugeriu ao Presidente Bolsonaro que aproveitasse que os veículos de comunicação só estavam preocupados com a pandemia do coronavirus, para passar a boiada, ou seja, aprovar as mudanças que o Governo pretendia no aspecto ambiental.

Ontem foram derrubadas duas resoluções que estavam em vigor há mais de 20 anos e protegiam áreas permanentes de restingas, manguezais e mananciais urbanos. Mas hoje, felizmente, uma ação popular, suspendeu essas resoluções.

A vegetação de restinga tem o importante papel de fixar areia e dunas e impedir a erosão das praias, segundo o site do Instituto Rio Itariri (https://www.institutorioitariri.com.br).

Já os manguezais são de grande importância para as espécies marinhas, abrigando uma grande variedade de animais, que buscam esses locais para se reproduzirem (https://www.mundoeducacao.uol.com.br).

Mananciais urbanos são reservatórios de água doce, responsáveis por abastecer todas as residências das cidades. Exemplos de mananciais são rios, lagos, represas...

Imaginem o impacto ecológico que teriam essas resoluções. Além delas, o CONAMA ainda aprovou uma resolução autorizando a queima de lixo tóxico em fornos para a produção de cimento. Segundo alguns especialistas, essa queima apresenta riscos à saúde de quem vive próximo a esses fornos.

Preservar o meio ambiente é uma forma de preservar a vida. Os esforços do Ministério do Meio Ambiente deveriam ser em conter as queimadas da Amazônia e não em tentar passar a boiada e derrubar regras de preservação ambiental.