Maradona
E ontem morreu o cracaço de bola Diego Armando Maradona. Teve uma parada cardiorrespiratória e faleceu no início da tarde de ontem aos 60 anos.
Maradona foi um dos maiores jogadores da história do futebol... Um dos maiores não, foi o maior na opinião dos argentinos. Para os nossos hermanos, Maradona era uma espécie de Deus. Os fãs de Diego fundaram até uma igreja, a Igreja Maradoniana.Maradoniana.
O seu velório será com todas as honrarias, na Casa Rosada, sede do Governo argentino. Ontem li que a estimativa é de mais de 1 milhão de pessoas. Na Argentina, que, como o Brasil, vive um aumento significativo do número de casos e de mortos pelo coronavirus, essa aglomeração deveria ser evitada, mas... Como não deixar que o povo preste a última homenagem a alguém tão amado?
A capa de um jornal aqui do Rio de Janeiro, referiu-se a Maradona como o Mais Humano dos Deuses. E eu concordo. Em campo, o argentino era quase perfeito, mas fora dele tinha alguns defeitos tipicos da espécie humana: problemas com drogas, polêmicas, inconsequente, às vezes vigarista... Realmente era um Deus Muito Humano.
Sobre o assunto, o escritor uruguaio Eduardo Galeano, que faleceu em 2015, escreveu sobre Maradona: "... Esse ídolo generoso e solidário tinha sido capaz de cometer, em apenas 5 minutos, os dois gols mais contraditórios da história do futebol. Seus devotos o veneravam pelos dois: não apenas era digno de admiração o gol do artista, bordado pelas diabruras de suas pernas, como também, e talvez mais, o gol do ladrão, que sua mão roubou. Diego Armando Maradona foi adorado, não apenas por seus prodigiosos malabarismos, mas também porque era um Deus sujo, pecador, o mais humano dos deuses. Qualquer um podia reconhecer nele uma sintese ambulante das fraquezas humanas: mulherengo, beberrão, comilão, malandro, mentiroso, fanfarrão, irresponsável".
O argentino era mesmo contraditório. Foi formidável dentro de campo, mas não soube ser fora dos gramados. Não soube ser somente Diego.
Em sua lápide, gostaria que estivesse escrito, "obrigado a bola". Eu também agradeço muito ao Dieguito, como era carinhosamente chamado. Pelo grande gênio que foi dentro de campo. Parafraseando o Mestre Armando Nogueira, dos teus pés surgiam verdadeiras obras de arte. Ele, o Zico e outros como Falcão, Sócrates, Zidane, Platini, Rummenigue, Mathaus, Gullit são os grandes responsáveis pela minha paixão por futebol. Obrigado Maradona!!!
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